Astronomia - Observação e história




É interessante começar o estudo de astronomia levando em conta aquilo que podemos observar a olho nu, ou seja, sem instrumentos como telescópios ou binóculos, deixando de lado por enquanto as fantásticas imagens obtidas por telescópios espaciais e das previsões teóricas modernas sobre buracos negros e formação de galáxias, embora esses sejam assuntos muito interessantes. A partir das observações a olho nu podemos entender melhor como as civilizações antigas desenvolveram seu conhecimento acerca do universo. Além disso falamos de observações que todos podem constatar diretamente com seus próprios olhos, sem precisar de muita imaginação para ir além.

A primeira e mais básica imagem do mundo que podemos criar é a idéia do nosso mundo, o planeta Terra, hoje sabemos que nosso planeta é praticamente esférico, mas a alguns milênios esta certeza não existia. Algumas mentes do passado chegaram a considerar que o nosso mundo era plano e que se você chegasse à beira deste plano cairia em um abismo sem fim. Mas lembre-se: eles não tinham televisão, internet nem telescópios e nem naves espaciais.



Outra observação básica é a de que o Sol nasce todos os dias aproximadamente na mesma posição atravessa o céu e se põe na posição simetricamente oposta àquela que nasceu. A posição onde o Sol nasce e se põe, define os pontos cardeais: Norte, Sul, Leste e Oeste.

Não é preciso ficar ao Sol em uma tarde quente de verão para perceber que o Sol fornece grande quantidade de calor ao nosso planeta e que essa quantidade varia periodicamente dando origem as estações: primavera, verão, outono e inverno completando o ciclo que chamamos de ano.



A contagem dos dias, das estações e dos anos foi essencial quando o homem descobriu a agricultura, pois era necessário saber exatamente quando plantar e quando colher os alimentos. Pelo fato dos astros estarem diretamente ligados a questões tão importantes como o clima, o tempo, as chuvas e com as plantações, as civilizações antigas os associaram a deuses. Os gregos ao olharem para o céu noturno observavam as estrelas como formas de animais e de deuses dependendo do desenho que as estrelas formavam no céu, estas formas permanecem até hoje com o nome de constelações por serem uma maneira fácil de classificar conjuntos de estrelas. Outros fenômenos naturais, tais como tempestades, terremotos, vulcões eram interpretados como sendo a fúria dos deuses, enquanto um dia ensolarado, uma boa colheita eram sinônimos de presentes divinos.


Constelações com seus respectivos desenhos representativos

A idéia de mês surgiu do ciclo lunar, que possui um período de 28 dias, período de tempo entre duas luas cheias. A Lua por ser o astro mais próximo da Terra exerce grande influência sobre ela, um exemplo dessa influência é o fenômeno das marés.

Outro exemplo de influência mística, é a relação das constelações com os signos do zodíaco. O signo corresponde a constelação que está no céu no momento  do nascimento da pessoa. Por exemplo se você nasceu em 25 de junho de 1981, então a constelação que estava no céu quando você nasceu era a constelação de Câncer. Por milhares de anos as constelações foram associadas possíveis previsões acerca do futuro de uma pessoa ou comunidade. Hoje em dia o horóscopo ainda é muito popular em alguns jornais, embora as previsões sejam algo do tipo: você deve arriscar no amor hoje pois poderá ser correspondido. Sempre com palavras do tipo “poderá ser” ,  “talvez”, “quase sempre” com as quais a previsão sempre se concretiza.

A observação de que um navio ao se afastar da costa desaparecia antes de seu mastro já era conhecida na Grécia antiga e isto levava a crer que a Terra deveria ser esférica.



A observação de certas estrelas “errantes” levou ao conceito de planeta (Que em grego significa: astro errante), essas “estrelas” não seguiam o mesmo padrão da maioria das estrelas no céu, elas perambulavam entre as constelações ao longo do ano.

Trajetória de Marte no céu noturno ao longo de alguns meses.

A observação direta de que Sol, Lua, estrelas e planetas giravam ao redor do nosso planeta levou a construção de um modelo de universo chamado geocêntrico, no qual a Terra seria o centro do Universo. Em seguida outros modelos de universo foram propostos, dentre eles os que continham epiciclos, que explicavam o movimento dos planetas no céu. Apenas na idade média aproximadamente 1.500 anos depois, com uma publicação do cientista Galileu Galilei é que o sistema heliocêntrico (No qual o Sol é o centro do Universo) começou a ser divulgado e aceito como o sistema que melhor descrevia o universo até então. Galileu foi condenado pela igreja católica à prisão domiciliar até o último de seus dias por que suas idéias acerca do universo contrariavam as idéias da igreja.

Modelos geocêntrico e heliocêntrico.


Hoje exploramos o Universo com telescópios ópticos motorizados, radiotelescópios, telescópios espaciais e outros equipamentos que ampliam a nossa percepção do universo. Sabemos que o sistema solar está contido em uma galáxia chamada Via-láctea e que o Universo é constituído por milhares de galáxias cada uma delas com milhões de estrelas. Tem-se um vasto conhecimento sobre o Universo, desde a composição das estrelas até como o universo se formou, o que levou a criação de um novo ramo da física chamado de Cosmologia.